Há tempos não escrevia
uma nova crônica, os últimos dias têm sido frios, gélidos, estagnados, não lhe
permitiam arregaçar as mangas, na verdade ultimamente usava mangas longas que
ocultavam suas mãos, delicadas mãos de moça, símbolo do trabalho divino.
Sonhou com Palas Atena
e despertou com a sensação de que não havia nada mais justo, “finalmente”,
sussurrou para si. Demorou-se a levantar da cama, os dedos esguios da mão
delicada escaparam para fora dos lençóis e buscaram ligar o notebook, pouco
depois, estes mesmos dedos enrolavam um pequeno papel, recheado de erva; os
lábios tocaram na folha e sugou a brasa que incandesceu e enfumaçou o âmbito,
espalhando seu aroma por outros cômodos da casa, todos vazios.
Despertou tarde, mas
ainda com tempo para aproveitar algo, recebera um argumento para transformar em
roteiro para um filme de curta metragem, tinha outro projeto pessoal em
andamento, mas o frio estagnava e a preguiça lhe preponderava, não obstante, lembrou-se
que escreveu seu ultimo texto quando ainda era verão – os turistas abarrotavam
a ilha, vindos principalmente, da Argentina e Uruguai, mas havia também
europeus, norte-americanos; certa vez dialogara com um grupo de Israelitas bem
simpáticos – hoje a ilha está vazia e fria.
Não quis sentir-se
como o ambiente ao seu redor, estava feliz, A Deusa Razão concedera-lhe em
sonho o intuito de completar um novo objetivo; deixou o beck de lado um pouco,
a brasa que sugou lhe aqueceu o peito, mas ainda faltava algo, pôs-se a
escrever.
Texto: Carlos Eduardo Taveira dos Santos.
Link da imagem: tumblr_m9a2fgOYQM1reyg3bo1_500
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